Os funcionários da Universidade Lusófona que possuam um trabalho predominantemente sentado (> 70% do tempo) em pelo menos meio turno, uma vez que uma investigação recente (LusófonAtiva) demonstrou que os funcionários da UL apresentam quantidades significativas de tempo em comportamento sedentário por dia. Especificamente, 64% dos funcionários passam de 3-6 horas por dia sentados e outros 35% deles, passam mais de 7 horas por dia, tornando este, o grupo mais elegível e intervir é fundamental.

Este estudo baseia-se na ideia, bem fundamentada na literatura, de que o comportamento sedentário (isto é, permanecer sentado ou reclinado com um baixo gasto energético [≤ 1,5 MET’s] enquanto acordado), nomeadamente um perfil de acumulação prolongada deste comportamento (com menos interrupções) é prejudicial à saúde, independentemente da atividade física praticada. No entanto, ainda não existem recomendações específicas sobre a forma como os trabalhadores devem permanecer (ou não) sentados durante um dia de trabalho, para evitar os efeitos nocivos na saúde, uma vez que existem poucos estudos experimentais que possam guiar os profissionais de saúde nesta recomendação.

Uma das alternativas propostas por várias investigações tem sido o uso de mesas ajustáveis à altura do usuário (sit-stand desks), permitindo a alternância entre a posição sentada e a posição de pé e vice-versa. Esta estratégia permite não só minimizar o impacto negativo na saúde decorrente do tempo passado sentado de forma prolongada, como parece beneficiar a própria produtividade, perceção de bem-estar e qualidade de vida dos trabalhadores. Por estas razões e porque em Portugal não existe nenhuma intervenção desta natureza em adultos, torna-se premente um estudo de intervenção, onde seja possível comparar os efeitos do uso destas mesas (grupo intervenção), com um grupo que não as usa (grupo controlo), para conseguirmos determinar o efeito protetor quer em diversos comportamentos de saúde, quer na produtividade dos trabalhadores.

Não poderão participar no estudo funcionários que já usem regularmente uma sit-stand desk, que não tenham um espaço pessoal onde uma mesa possa ser instalada, que na sua rotina de trabalho já estejam em pé uma quantidade de vezes considerável, ou se apresentarem distúrbios oste musculares/condições de saúde, que impossibilitem o trabalhar em pé.

• O principal objetivo será o de investigar o impacto da introdução por 6 meses de sit-stand desks, nos padrões de acumulação de comportamento sedentário, em funcionários adultos da Universidade Lusófona.
• Também pretendemos investigar os efeitos do uso das sit-stand desks na composição corporal, no consumo alimentar, em resultados relacionados com a saúde (ex.: dores músculo-esqueléticas, bem-estar físico e mental, fadiga), produtividade no trabalho, qualidade de vida e alterações posturais.
• Por fim, pretendemos compreender se os hábitos mais saudáveis em relação aos padrões de acumulação do tempo sedentário, ganhos durante a intervenção, poderão ser mantidos após um período posterior de 3 meses, sem as sit-stand desks.

Deve enviar um email para pedro.judice@ulusofona.pt ou telefonar para 918301189, para uma breve explicação do estudo e perceber os detalhes da sua potencial participação.

Após aceitar participar no estudo, os participantes receberão um pequeno aparelho (ActivPAL) que será utilizado por 7 dias, para medir o tempo e os padrões de comportamento sedentário/ atividade física. No mesmo dia, faremos uma avaliação da composição corporal através de medidas antropométricas e bioimpedância (demora cerca de 10 minutos). Os participantes serão convidados a responder a um questionário que irá avaliar o comportamento e ingestão alimentar, desconforto musculoesquelético, fadiga e outros sintomas relacionados à saúde, capacidade para o trabalho, presenteísmo, satisfação com o trabalho e com a vida e a qualidade de vida. Realizaremos as avaliações iniciais durante os meses de dezembro/22 e janeiro/23 no gabinete médico no Edifício A, nas instalações da Universidade Lusófona.

Aparelho ActivPAL que irá medir o comportamento sedentário e atividade física e padrões diários.

Imagem da avaliação da composição corporal com a bioimpedância

Inicialmente, ambos os grupos assistirão a uma palestra sobre os benefícios de reduzir o comportamento sedentário e de aumentar as interrupções. Depois iniciaremos o período de avaliações, sendo os participantes aleatoriamente randomizados para o grupo controlo ou intervenção (20 vs 20), após estas avaliações.

O grupo intervenção terá a oportunidade de usar a sit-stand desk por um período aproximado de 6 meses, enquanto o grupo controlo, continuará a trabalhar nas suas mesas tradicionais. Passado este primeiro semestre, faremos a mesma bateria de avaliações realizada no início do estudo, para investigar a evolução das diferentes variáveis em ambos os grupos. Após este período de 6 meses, o grupo controlo terá a oportunidade de utilizar as sit-stand desks por 3 meses, sendo que o grupo de intervenção irá regressar às suas secretárias tradicionais. Além disso, como este estudo tem o objetivo de investigar se existe efeito do uso das sit-stand desks na redução do comportamento sedentário, mesmo após o término do período do estudo, os participantes (todos) serão convidados a realizar de novo a bateria de avaliações, 3 meses após o final (ou seja, 9 meses após a primeira avaliação). Os dados dos participantes, bem como as suas respostas são totalmente confidenciais e ficarão guardados sob a responsabilidade dos responsáveis do estudo, sendo apenas utilizados para fins científicos.

Vamos avaliar os níveis e padrões de acumulação do seu comportamento sedentário e da sua atividade física através de um aparelho simples, a sua composição corporal, o comportamento e ingestão alimentar, o desconforto músculo-esquelético e fadiga, a capacidade para o trabalho, presenteísmo (ou seja, a presença no ambiente de trabalho e sua produtividade), a satisfação com o trabalho a sua vida, alterações posturais, assim como a satisfação com o trabalho e a sua vida.

Aqueles que forem alocados para o grupo de intervenção terão a oportunidade de trabalhar numa sit-stand desk, todos os dias ao longo de 6 meses. Estas mesas permitem que os funcionários escolham se querem trabalhar sentados ou em pé, e mais importante, que possam alternar entre estas posturas o maior número de vezes possível, sendo que quanto maior for o número de transições, tanto melhor!

Aqueles que forem sorteados para o grupo de controlo, continuarão a trabalhar nas suas mesas tradicionais e farão as mesmas avaliações que o grupo de intervenção, contudo, terão as sit-stand desks à sua disposição, após os primeiros 6 meses da intervenção. Este grupo é essencial ao estudo, na medida em que permitirá isolar o efeito das standing-desks nas variáveis avaliadas.

O objetivo principal em participar num estudo como este é não só contribuir para o avanço do conhecimento científico, como neste caso irá experienciar algo novo no seu local de trabalho, que de forma reconhecida, não só melhora a sua saúde, como ainda aumenta a sua produtividade e comprovadamente, tornará o seu dia de trabalho mais fácil e prazeroso. Há que destacar ainda, que todos os participantes terão acesso a relatórios individuais com os seus resultados, como os níveis e padrões de comportamento sedentário, atividade física, a sua composição corporal, etc, avaliados com metodologias válidas e precisas, normalmente dispendiosas e pouco acessíveis fora do contexto da investigação.